sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Meu pequeno sapinho

Capitulo oitavo

Era fim de tarde, o sol começava a esfriar quando Elis saiu com Marte para dá umas voltas. O filhote peludo tinha brilho nos olhos ao ver a rua e pés indo e voltando a sua volta, adorava passeios. Ela sempre cuidadosa com Marte, observava a calçada por onde passavam para evitar que o filhote abocanha-se algo errado.

As nuvens ainda dispersavam no céu quase rosado pelo por do sol e lhe agradava assistir aquilo, sempre se lembrava de uma lenda sobre um raio verde que aparecia no pôr do sol. Trocou a atenção da calçada pelo céu, seus olhos deviam está apaixonados, uma nuvem lembrava um coração, imagem essa que lhe conquistou um sorriso nostálgico no rosto. Abanou a cabeça e voltou à atenção para Marte. Esqueçamos um pouco Elis e seus sinais no céu...

Naquela noite de sexta-feira Nino chegara mais cedo do trabalho e estava decidido a não sair apesar de convites de amigos. Como sempre desde a partida de Elis, chegara ao apartamento abandonando a mochila em um dos Pufs e logo indo ter na cozinha. Queijo, presunto, casados no pão, Nescau gelado no copo, e seu jantar estava pronto. Após o jantar e em seguida um banho morno relaxante para afastar o estresse do dia, encostou as costas na cabeceira da cama, pernas descansando estendidas. Assistia TV, essa era a sua companhia nas ultimas semanas, falava muito aquela caixa preta, falava tanto que às vezes o enjoava e acabava desligando para consegui dormir.

Pulava de canal em canal, dedo descontrolado no controle remoto procurando por algo interessante para ver, e aquela roda da fortuna de imagens parou no jornal local que estava no início. Quando o nome da jornalista apareceu na tela antes mesmo que ela pronunciasse uma Boa noite de sorriso simpático desenhado na face, Nino foi obrigado a ler em voz alta, foi automático.

–Elis Garcia. Leu distraído. –Elis. Repetiu. Não deixou de lembrar-se da namorada.

Pegou no sono antes mesmo do jornal acabar, o que sonhara não se sabe, mas decerto era algo feliz, seus lábios enquanto dormiam davam uma expressão alegre ao seu rosto.

***

O celular vibrava e berrava “Ask”, despertou assustada erguendo rápido o corpo da cama de modo que ficara sentada, olhando aquele rosto sonolento no espelho diante de si, e aquele rosto sem coragem era seu. Tomou em uma das mãos o celular e no visor uma chamada perdida de Gim.

–O Gim, só podia ser. Sorriu, mas um sorriso um pouco descontente, havia uma esperança guardada dentro dela de que aquela chamada poderia ser do outro. Deixou o celular na cama e levantou-se percebendo que Marte já estava acordado e esperando a porta abrir. Olhou para a bola de pelo e indagou:

- Então, o que faço Marte, vou ver o Nino? Um latido saiu forte da boca do filhote e aquilo a deixou assustada. –Vamos logo Marte, vou tomar um banho e levar você no pet shop.

Ainda eram dez da manhã quando Marte chegou ao pet shop com Elis e lá foi deixado pela dona para um banho, ele ficaria lá por pelos menos duas horas. Ao sair da loja, pensava no que faria para passar o tempo enquanto o filhote não era liberado. O pet shop era o mesmo que ela e o namorido sempre que podiam levavam Marte e era próximo ao apartamento. –Passo lá ou não? O que vou inventar como desculpa? O celular tocou atrapalhando seu diálogo consigo mesma, novamente era Gim.

–Oi Gim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário