terça-feira, 29 de junho de 2010

"O morro dos ventos uivantes"/ “Wuthering Heights”


Ano passado tive a felicidade de me indicarem para ler o romance de Emily Brönte, “O morro dos ventos uivantes”. E foi nesse livro que achei uma das passagens mais lindas que já li. Trata-se de uma das conversas de Cathy e Nelly narradora da história e empregada de Cathy.


“Os grandes desgostos que tive foram os desgostos de Heathcliff e eu senti cada um deles desde o início: o que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir e se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado eu não me sentiria mais parte do universo. Meu amor por Linton é como a folhagem de um bosque: o tempo o transformará, tenho a certeza, da mesma forma que o inverno transforma o arvoredo. O meu amor por Heathcliff lembra as rochas eternas: proporciona uma alegria pouco visível, mas é necessário.
Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, mas sempre, no meu pensamento não como uma fonte de satisfação que eu também não sou para mim mesma, mas como eu própria. Por isso não torne a falar da nossa separação ela é impossível “...

(O Morro dos ventos Uivantes, Emily Brönte)


Agora espero ver os filmes um de 1939 (William Wyler) e o mais recente de 1992 (Peter Kosminsky) com atuação de Juliette Binoche.

domingo, 6 de junho de 2010

...

A moça que passeava de vestido branco em tarde de sol,
Sapatilhas beges que se confundiam com sua pele nos pés.
Encontrava pedrinhas engraçadas em formato de corações,
Formas no asfalto, formas de corações, e aquela poça de água
Parada que se formara pela chuva que caiu mais cedo lhe revelava a pessoa refletida
Ali como num espelho...
Era ela mesma em um novo caminho.
A moça de vestido branco havia se desarmado de suas dúvidas e más recordações,
Seu muro havia sido derrubado e agora permitia que o sol brilhasse para ela novamente.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Onde vivem os monstros...



Simplesmente lindo. Finalmente consegui ver esse filme e sentir o que imaginei que sentiria ao assistir. Um sentimento materno mesclado de lembrança de infância. Foi difícil não sentir aquele apertinho aqui dentro e uma vontadizinha de chorar, é lindo. Logo em uma das primeiras cenas do filme quando Max conta uma historinha a sua mãe aquilo é de uma doçura, só assistindo mesmo para sentir.
Max é um menino confuso de apenas nove anos. Ele não consegue lidar com a sua própria raiva. Após brigar com sua mãe que leva um namorado para casa, ele vestido numa fantasia de lobo earranja uma confusão, morde a mãe e foge de casa. No meio do mato, encontra um barco perto de um mar próximo de casa e sai para navegar, chegando a uma ilha estranha, cheia de monstros assustadores. Na ilha Max torna-se rei prometendo levar alegria aos monstros que lá vivem. Um filme de Spike Jonze. A história é baseada no livro de Maurice Sendak, escrito e publicado em 1963. “Uma viajem completa pela mente de um garoto cuja imaginação não tem limites”.


“Dentro de todos nós está...
Tudo que você já viu
Tudo o que você já fez
Todos o que você já amou
Há um dentro de todos nós
Onde vivem os monstros “...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sonhadora

A minha vida é um livro vou contando uma história que terminará no dia em que morrer. Me pego, às vezes, narrando em silêncio os acontecimentos dos meus dias, os personagens que esbarram em minhas experiências, confusões, situações, emoções, alegrias, enfim. Aqueles dias quando mesmo você enxergando o sol brilhar eu me vejo em dia nublado, e ainda aqueles dias em que apenas eu consegui perceber que havia um azul diferente no céu. Um azul de alegria que abraçava meu corpo. Eu senti, eu vi aquele céu diferente, eu contei para mim.
Mas e daí se você me ver como uma SONHADORA, lírica? Sou mesmo. Sonhar não paga, amar é bom. Vivo mesmo entre a terra e o céu, o céu que idealizei para mim, eu sei. Defeito ou qualidade? Não sei. Mas como a vida também é feita de tentativas vou tentando o equilíbrio entre o meu sonho e minha realidade. Entre o querer e o ter. Entre o ser e o não ser.