quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A primeira rosa


Meu primeiro curta ehehehe

"La prémiere rose"

J’ai reposé en sont coeur ouvert pour moi

Entouré dans ses bras nos poumon remplis et sechés d’air

En une valse presque parfaite

Les mains qui glisseaient dans mon corps encore en découverte

On c’etaient les mains de Marin connaîsseur d’autres mers.

Il a baisé ma bouche

Il m’ambrassé

Chaque mouvement de toi vers moi était une marque

Que jê n’ai voulu laisser s’éteindre

Mes pieds gelaient

Mon corps brûlait

Mes larmes qui plongaient doucement dans ma peau

C’etait la douleur de la prémiere rose

Mon prince, amant

Nous avons été presents et maintenent passes

Éteint de ma mémoire pour toujours.

(Luciana Oliveira)

Avec Jules

Era tarde, passava da meia-noite. Os olhos dela pesavam de sono, havia sido despertada por um sonho ruim, caia de um abismo quando foi salva por um susto que a fez acordar.

Deu algumas voltas pela casa, do quarto para o banheiro onde lavou seu rosto, do banheiro para a cozinha onde da geladeira tirou um pouco de água, da cozinha para a sala.

Olhou além da janela ainda no escuro que forrava o apartamento, e como brilhavam as luzes da cidade. Postes, faróis de carros calmos, livres do trânsito nervoso conhecido da luz do dia.

Voltou para o silêncio do interior da sala, acendendo logo a luz, querendo se livrar daquele escuro como se ele a levasse de volta ao pesadelo do abismo. Ainda havia sono nos olhos, mas ela não queria obedece-los.

Sentou-se na poltrona, copo vazio. O quadro estava lá na parede, o rosto de Jules diante dela, a observando com a mesma expressão doux de sempre. A hipnotizou de maneira que se levantou da poltrona, largou o copo no chão sem mesmo se dar conta do que fazia.

Aproximou-se do quadro com uma das mãos preparada para tocá-lo, os dedos dançavam no ar, calmos, fez que tocaria a textura em forma de rosto masculino, mas não o fez, não teve coragem.

Ficou ali por alguns segundos admirando, se perdendo no castanho que dava vida a aqueles olhos. Imaginando que “Jules tinha de ser real”. Voltou para poltrona sem consciência desse ato. Voava a nossa personagem, duelava com o sono enquanto ele parecia crescer dentro dela.

O aroma quadrado flutuava forte na sala de estar, podia sentir passear por sua narina aquele cheiro agradável. O perfume de Jules, simples, marcante, quadrado. Fechou e abriu os olhos, diante deles surgiu uma imagem embaçada, talvez pela sonolência. O rosto de Jules estava mais próximo, o tom de sua pele parecia mais vivo, os olhos que antes eram castanhos possuíam um tom ainda mais claro.

Sentiu os lábios de um avermelhado vivo lhe tocar as costas de uma das mãos, de repente um sorriso desenhou-se nos lábios dele e ela nada conseguiu falar. Jules era um homem cortês.

Aquela era uma visita silenciosa, mas não havia o que dizer apenas sentir, e sentia uma alegria tomar conta aos poucos de seu ser.

Ele a levou para ver o mundo fora do apartamento, a noite tornou-se dia. Os olhos dela pegaram-se assustados por um momento quando encontraram o novo mundo que parecia ter sido construído, ou pintado da noite para o dia. Sim pintado, pois que tudo agora possuía cores bem mais vivas, os carros eram mais negros, as pessoas e suas peles em tons mais fortes. Quando atravessou a porta de braços casados com Jules, estava passando para um mundo surreal. Que mundo feliz!

Apenas sorriam um para o outro, era como se aquele fosse um novo idioma, podiam entender o que desejavam, para onde seus passos os levariam. Seguiram pelas calçadas limpas até um jardim no fim da rua, um lugar que ela jamais havia prestado atenção quando passava todas as manhãs no começo das atividades de seu dia.

Botões de rosas vermelhas, bem cuidadas, moravam ali naquele jardim, logo ela ficou encantada com todas elas e o perfume que embriagava quem passasse por perto. Uma das rosas foi eleita pelo homem cortês a mais bonita e digna de sua querida, a presenteou e finalmente ela pode sentir que gosto possuía os lábios de Jules, eram doux como ele e certamente como sua voz deveria ser, essa que continuava mistério para ela.

Aquele momento pintado por um artista desconhecido estava preste a ser desmanchado por uma chuva repentina e malvada. O céu azul foi coberto por nuvens pesadas, com pinceladas de um cinza muito forte, e sem ao menos esperar que ela voltasse a abrir os olhos e encontrasse os castanhos de Jules, a chuva veio com toda a força e poder de destruição que tem sobre a tinta e aos poucos Jules e seu mundo surreal desapareceram. A tinta misturava-se a água da chuva e o belo das cores vivas perdeu seu brilho.

Abriu finalmente os olhos, parecia confusa. A noite estava iluminada por postes e carros que transitavam sem pressa de chegar a qualquer que fossem os seus destinos. O que estava fazendo na rua àquela hora, de pés descalços? Não soube responder. Voltou às pressas para o apartamento, encontrou a porta aberta e na parede ainda solitário o rosto de Jules e uma mancha no canto esquerdo de sua testa.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Jules

Doce dia chuvoso! Pensou ela, com aquela pequena xícara de café entre as mãos. Diante da janela acompanhava o movimento de passos apressados e identidades protegidas por guarda-chuvas. Rapidamente sua imaginação tentava compor histórias para aqueles outros, cheios de preocupações, enquanto ela já não se preocupava mais, do lado de dentro, entre aquelas paredes silenciosas.

O ar transitava livre pelos pulmões, não havia as pausas de antes para uma reflexão sobre pequenas coisas. Há meses que decidira não se importar mais, não pensaria mais no passado, viveria o presente tranqüilamente, sem fritar ovos na cabeça, e prepararia um futuro particular sem se estressar.

Era apenas mais um dia em que guardava as palavras para não conversar com as poltronas e sentir-se um pouco louca.

Deixou o corpo descansar no sofá, as pálpebras abriam e fechavam de sete em sete segundos, olhos que viajavam perdidos na tinta de um verde suave na parede. Coisas disputavam espaço em seu pensamento, em que pensar com mais dedicação? Não havia o que fazer além de aproveitar o café que começava a esfriar entre as mãos, já não sentia tanto frio, o forro grosso da poltrona esquentava no contato com a pele.

Um rosto surgiu ali em sua frente, eram claros os traços daquela face sem nome que observava. Como não possuía nome, logo tratou de batizá-lo e Jules seria seu nome. Sim, como o personagem do filme que adorava.

Desconhecia o Eu daquele rosto na vida real, e por lhe roubar a atenção, não como forma de paixão que faz o coração bater (isso poucas vezes sentira de verdade, e havia dúvidas se havia mesmo sentido). Mas, como uma admiração, um desejo daquele desconhecido que tomava forma quando surgia diante de seus olhos.

Jules possuía um sorriso de homem maduro, porém doux. Uma expressão tranqüila desenhava seu rosto, por isso ela não conseguia imaginar que Jules possuísse algum problema, não conseguia pensar em adivinhar quais pensamentos flutuavam em sua cabeça.

Um belo rosto, meio arredondado, castanhos que deslizavam curtos no couro cabeludo. Fecharia os olhos por um instante e dos lábios de Jules poderia ouvir as melhores palavras, boas observações à respeito das coisas da vida. Já havia o batizado com um nome roubado da personagem de um filme especial, ainda construiu um perfil para o outro naquele mundo guardado seu, restava lhe dar um perfume.

O aroma que adormecia na pele masculina de Jules, era algo marcado, um não sei o que, que mesmo criado pela sua imaginação dificilmente esqueceria. Se pudesse dar forma a aquele cheiro seria algo quadrado, mas prazeroso em sentir, agradável, simples.

Levou aos lábios a xícara, o café havia esfriado, seu paladar desaprovou aquele sabor e naquele momento já não lhe servia mais, o abandonou na mesa de centro.

Seus olhos voltaram à parede de verde suave e lá estava pendurado, descansando, o rosto de Jules no quadro sem moldura. Seu defeito era fazer parte de sua imaginação e se fosse real desejava ser a Catherine (Jeanne Moreau) de uma tarde sua.