sábado, 5 de dezembro de 2009

Um mundinho assim só meu...



Quando dia de sol brilhante no céu, dia de ver o mar por horas. Fotografar bem na memória o mar cintilante diante dos olhos.
Dia de chuva, horizonte nublado, tudo cinza como nos filmes preto e branco. Mundo trancado dentro de casa, desejo de ficar só com meus pensamentos, reflexões e lembranças. Desejo de estar em um prédio olhando pela janela o rio cinza que estar do outro lado, ali logo depois dos carros indo e vindo no trânsito tranqüilo.
Só se sofre o necessário, o real, o que realmente deve ser sofrido. Sorrir... Sorrir... Sorrir. Cultivar amigos nos jardins dos sonhos, gritar no bosque atrás das montanhas. Sentir, ver, flores de perfeitas formas.
Silêncio para ouvir o vento soprar, barulho para afastar os burburinhos dos maus pensamentos.

Mamãe, eu quis ser ESTILISTA!


Como decidir dá uma nova chance à televisão, assistir comerciais, ver mais telejornais, e até ver um pouco da novela das oito de vez em quando, esse sábado à noite pulando de canal em canal descobrir uma reportagem na Record News sobre um desfile de moda em Paris. Como falar da França me atrai, apesar de nunca ter ido e nem mesmo falar a língua, continuei a ver a matéria e todos aqueles novos modelos desfilados na passarela, cores suaves como o rosa, o branco, e grandes bolsas.
Aquilo tudo me lembrou quando à alguns poucos anos atrás antes mesmo de me apaixonar pela idéia de ser jornalista, havia decidido que queria ser ESTILISTA! Como imaginava um modelo de blusa, vestidos, pensava em estampas e desejava que antes de concluir o ensino médio a UFS trouxesse o curso de designer de moda para a cidade. Mas os anos passaram e até hoje não temos.
Então onde foi parar o meu encanto por moda? Adormeceu, mas não morreu, sei disso. Adoro um vestido, um sapato como qualquer mulher, mas ao invés de criar ou pensar em criar hoje fico olhando vitrines e escolhendo para mim. Quem sabe um dia um curso breve de moda para matar uma vontade e uma curiosidade, só por vaidade. Por que não?

Educação, contra a alienação

Não questionar o porquê das coisas, não expor o que realmente pensamos á respeito de algo. Ser simpático a apenas uma idéia, desconhecendo outras e nem ao menos nos interessando em conhecê-las, são algumas das causas da alienação.
É preciso que desenvolvamos o nosso pensamento critico para assim nos libertar das idéias já formadas. (Por quem? Pela mídia, pela política atual, etc.)
A boa educação na escola é uma arma forte contra a alienação. O professor deve provocar o aluno, mostrando a esse que é preciso desenvolver seu lado critico sua capacidade pessoal, que é preciso o conhecimento real do que acontece ao seu redor. É um grande passo para chegar a uma sociedade mais justa.
István Muszáros (filósofo húngaro) diz que, o pensamento critico precisa ser desenvolvido pelo povo, pois só ele tem a força de se libertar.
Não é de hoje, sabemos que são os interesses da economia que ditam a maneira como devemos manter relação com a natureza, nos levando a autodestruição. A alienação não se preocupa com o futuro do planeta e sim com sua reprodução.
O capital estimula a alienação, faz a população admitir esse paradoxo. A alienação é uma praga, que torna racional a insanidade, criando a ilusão de que é o correto, a ordem correta.
A alienação também leva os homens a acreditar que os problemas da natureza humana são resolvidos à base da violência. Acredito que se essa fosse a solução dos nossos problemas, o fim de todos os problemas da humanidade. Se assim fosse desde a primeira civilização não teríamos mais dores de cabeça com os aborrecimentos do mundo, pois que guerras sempre existiram e até hoje nada foi resolvido com elas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

...

Respeitar as escolhas dos outros, não é, nunca foi e não será blá blá blá. O que quero dizer nas próximas linhas é que independente da nossa opção de estilo musical, tipos de filmes, estilo de se vestir, é importante curtir o que gostamos respeitando a escolha do outro.
Claro, concordo que não somos obrigados a suportar o que não nos agrada, aos ouvidos, aos olhos, porém respeito é bom e todos gostam. O superior (O melhor! o melhor!) que você acredita ser desprezando o gosto dos outros não passa de um ignorante. Viva a sua escolha, deixe que o outro viva a dele, se não lhe agrada o que o vizinho curte, não gosta e pronto. Quanto as críticas, elas devem ser construtivas e respeitosas, não vagas e preconceituosas.

O homem é "livre" pelo menos para escolher o que quer consumir, pelo menos isso ainda não estão proibindo...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Minha Querida Janis...


Janis é a melhor voz para mim de todos os tempos, melhor música, melhores gritos, a mais forte e doce. Simplesmente amo...
De todas as músicas que já ouvir nesses meus dezenove anos, entre músicas dela e de outros a mais linda de todas sem dúvida alguma é dela, "The Rose".


A Rosa
(The Rose)

Alguém diz amor, é um rio
Que deita a relva suavemente
Alguém diz amor, é uma lâmina
Que deixa sua alma sangrando
Alguém diz amor, é uma fome
Uma necessidade de dor sem fim
Eu digo amor é uma flor
E você é a apenas a semente

É o coração com medo de quebrar
Que nunca aprende a dançar
É o sonho com medo de acordar
E nunca teve a chance
É o primeiro que não pode ser pego
O que não pode ser mostrado
E a alma com medo de afundar
Que nunca, aprende a viver

Quando a noite aconteceu, vindo sozinha
E a estrada tinha sido muito longa
Que você pensou que o amor era apenas
Para os sortudos e os fortes
Apenas lembre do inverno passado,
Que embaixo da neve triste
Dorme a semente que o sol ama
E na primavera ela se transforma em rosa.

O Natal está chegando

Está chegando o natal, pois que venha o Papai Noel, que venha mesmo e me traga um presentinho. Sabe nem quero muito, apenas felicidade!
Gosto do natal, lembro de ceias passadas, família reunida, tias chegando de viagem, mistura de família de parte de pai e mãe. Mas também tem a outra parte maravilhosa, peru, ameixas, vinho, e mais todas as gostosuras que só minha mãe sabe fazer, modesta parte...
O engraçado é o dia seguinte do natal. Família acorda tarde, já na hora do almoço...

- O que vamos almoçar?
- O que restou da ceia? É o que vamos comer...

Adoro ceia de natal, ainda bem.
Esse ano espero um natal maravilhoso, família reunida, boas fotos como lembranças e o meu presente do Papai Noel. Ué me comportei bem esse ano, mereço! rsrsrs


Posiciona o lápis pronto para agir no papel em branco, mas onde está a idéia?
Pensa, observa tudo ao redor buscando colher uma idéia, uma inspiração. Mão congelada
com o lápis ansioso pelo texto que não nasce e olhos perdidos em cima do mundo colorido
que é a coleção de adesivos na velha escrivaninha.
Se inspiração fosse dinheiro, nesse momento estaria na miséria. Como é triste ter lápis e papel
em branco e não ter algo interessante a escrever.

sábado, 21 de novembro de 2009

Deux

Dois olhares fugidos tímidos, dois sorrisos. Duas mãos, duas forças unidas.
Dois pés balançando distraídos, enquanto os olhos buscam no nada as palavras
certas para quebrar o silêncio dos dois.
Duas mãos, novamente duas mãos, dois braços unidos. Um beijo!

Luciana

Luciana
Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Olha que amor, Luciana
É como a flor, Luciana
Olhos que vivem sorrindo
Riso tão lindo
Canção de paz

Olha que o amor, Luciana
É como a flor que não dura demais
Embriagador
Mas também traz muita dor, Luciana

A Lu...


A Lu não escreve poesia, a Lu escreve pensamentos soltos.
A Lu é sonhadora, viajante de sonhos. A Lu é corajosa e também medrosa.
A Lu é metade fada metade bruxa, a Lu é doce e às vezes nem tanto.
A Lu é observadora, a Lu é distraída...
A Lu não advinha, não é vidente não.
A Lu é uma romântica de pés no chão.
A Lu pinta as unha descobre a mulher. A Lu ainda tem preguiça, descobre a criança.
A Lu canta no chuveiro, no quarto e na frente do computador.
A Lu escuta Jeff Buckley em dias nublados, a Lu canta errado.
A Lu coleciona fotografias em preto e branco, gosta do cheiro de morfo dos livros velhos, guarda um duende ao lado da cama. A Lu é meio louca, com todas suas idéias, nem todo mundo entende, mas ela não pede para entender...
A Lu às vezes chata, a Lu sorridente, a Lu encantada.
a Lu fala, grita, canta,chora, sonha se esconde.
A Lu?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Agora vamos a meu lado "Loca", eu não sou a seriedade em pessoa que muitos me julgam ser, eu não sou sempre romantismo, eu não sou apenas mulher(com responsabilidade, que confesso me assusta)sou uma criança e louca também. É bom mostrar para nós mesmo nossa "La Loca de Mierda".
Eu também bebo de vez em quando, acredito que não tanto quanto você (mas o meu vinhuzinho tinto suave, dificilmente, quase nunca dispenso). Gosto de uma festa, cantar a letra em inglês do Bob Dylan errado com os amigos.
Tenho vontade de gritar de vez em quando, de largar tudo por um dia e fazer meu mundo parar. Ué não posso ser "Loca" também?
Não saiu por aí procurando sérios compromissos, eu conheço e me envolvo quando me interessam, essas coisas de compromissos acontecem simplesmente (isso é o legal da vida) ou dão certo ou não dão.
Não tenho tipo, as pessoas apenas se encontram e se identificam é assim que acontece, ou se identificam ou não, ou se combinam (ainda que diferentes, às vezes) ou não.
A vida tem momentos facéis, nós que complicamos.

domingo, 8 de novembro de 2009

O Espião


Percebi...
O espião acredita que não foi descoberto,
mas percebi os olhos dele em cima de mim.
Olhos de pergunta? Olhar não sei de quer...
Espião, eu sou uma pergunta, dificíl de responder. Você...
Você é um enigma dificíl de decifrar.
Então, acho que estamos no mesmo lugar, o mesmo espaço, a mesma estrada
sem fim nem começo.
Eu, desse lado de cá desisto de entender esse segredo que é você.
E você do outro lado, o que faz ai?
Não espero nada, não conto o que sonho, nem explico o que penso...
Em sua mente de paredes fechadas posso ser o que quiser mas, fora dela
dificíl saber.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Presente de Marcos...

O palhaço

Não preciso ser mais forte que nada, não preciso ser mais belo que nada, não preciso ser mais que nada. Preciso apenas ser eu mesmo, e saber rir disso.

Meu pranto se dissolve no seu sorriso.
Minha máscara é a menor do mundo.
Sou mais estado de espírito que homem. Sou apenas uma coisa, tanto por dentro quanto por fora; sou infinito.
Sou o prazer do risco torto de maquiagem forte no rosto; sou o único que tem coragem de dar importância, mesmo zombando, à dor do ser humano.

Não tenho um lindo sorriso, mas nunca deixo ser sorrir. Não tenho poder mágico, mas nunca deixo de fazer sorrir.
Minha alma é toda de florezinhas douradas que são entregues a todos que cruzam com meu caminho, com meu olhar, com minha alegria.
Aprendi a brincar de vida, brincar de amor, brincar de ser menino, brincar de ser gente grande.

Sou o que atravessa o mundo, mas nunca sai completamente do lugar. Sou multiplicável.
Sou a pureza que cresceu; a inocência que não aceitou ser perdida.

Meus sapatos compridos e coloridos são projetados para nunca pisarem em ninguém.
Minhas roupas brilhantes são pinguinhos de luz na escuridão do mundo.
Meu coração é um pedaço de doce que quanto mais se divide, mais e multiplica. Meu coração é pura felicidade.

Marcos....

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

“Entre a menina e a mulher que cresce em mim”

Tento exibir um pouco da mulher que cresce dentro de mim, pinto as unhas de vermelho, mas essa mulher que tenta sair briga com a menina dona do vestido branco que ainda mora aqui dentro.
A menina que ainda chora só de pensar em passar meses sem ver a mãe.
A mulher que deseja a experiência de um dia poder ser chamada de mãe.
A menina que sente receio das responsabilidades que bate na porta.
A mulher que luta para receber as responsabilidades de portas abertas.
Antes, hoje menina. Hoje, futura mulher amadurecida! Estou aprendendo, a vida vai me ensinando, com cuidado vou caminhando para não pisar em buracos fundos, colhendo e plantando frutos, vivendo sonhos.

...

Começo me desculpando pelas vezes que deixei minha teimosia e meu orgulho tomar conta de mim. Quando sou a vilã de nossas desavenças.
Segundo, peço que me dê boas broncas quando eu precisar puxe minha orelha e me diga com palavras certas sem um tom de autoridade, pois odeio ordens, nem com tom de muito carinho, pois ficarei mimada. Seja seguro e diga que errei, entenderei.
Terceiro, derrube meu orgulho quando esse insistir a ficar entre nós. Derrube esse muro com a enorme marreta que pode conseguir e nos salve da distância.
Quarto, sorria e me abrace sem perguntas quando me ver em lágrimas. Isso basta! Me dá a mão e vamos ouvir uma canção juntos, o resto vamos vivendo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pensamentos soltos

Eu quero abraçar o mundo, deitar sobre ele e aproveitar a vida...
Sentir o amor, a dor, a saudade, me sentir viva. Sou contrária a morte.
Se perguntar por mim? Estou por aí...
Quero crescer, me tornar mulher madura e ao mesmo tempo continuar com o pouco da menina que sou.
Quero descobrir quem sou...
Quero o bem que essa vida pode me dá, e não acho que quero demais não, é apenas o que mereço...

...

Sabe aquelas perguntas que surgem do nada às vezes em nossa cabeça? Então, a pergunta que surgiu na minha foi: A liberdade existe?
Então pensei... Liberdade é uma utopia, em minha opinião, não existe liberdade, não nesse mundo que dividimos com os demais. Sempre presos a algo ou alguém mais forte, maior. Regras, mandamentos, leis...
Mas, sei de um lugar onde posso ser realmente livre, onde ninguém pode me roubar de mim, onde ninguém pode me invadir a não ser que eu permita essa entrada. Meus pensamentos ainda pertencem só a mim, pois assim quero, quando deixo de levar em consideração tudo aquilo que poderia bloquear as minhas idéias (leis, mandamentos, opiniões alheias).
É em meu pensamento onde posso criar o meu mundo, como eu quiser e bem entender, esse ninguém poderá destruir se eu não permitir. Nem dogmas da Igreja, nem leis da justiça, nem regras de pai e mãe.
Sou livre quando converso comigo mesma, quando tento buscar em mim resposta e decisões. Sou livre pelo menos em pensamento.

Continuo tentando uma amizade com o tempo...

Pensamentos confusos, idéias desorganizadas,
o mundo podia parar por um dia para me ajudar.
Respiro... E volto a minha correria. Respiro sim, por meia hora no dia, quando no banho ou por um minuto no almoço.
Só um pouco mais de tempo, um pouquinho mais, só o que preciso.
Nem tenho mais aqueles sonhos azuis que tinha antes, aqueles que eu podia sentir até um abraço de tão real que me parecia ser. Saudade desses sonhos.
Fecho os olhos para um sono de descanso e é como se a noite desaparecesse, logo acaba.
Vou correr atrás de tempo para tentar organizar um pouco essa bagunça em mim mesma.

Dance with me...



Por que você não dança comigo?
Desprenda-se de si e dança comigo...
O tempo logo passa e você ai confuso
confundindo a quem já é o suficiente confusa por si só.
Solte-se, dance, dance comigo...
Bobeira fingir que não é nada
Sabe-se lá o que se passa nessa cabeça sua, nesse mundo secreto,
não importa, não me conte, apenas dance...
Dance with me...
Odeio a idéia de dançar sozinha essa canção, dance comigo.
Deixe a alma flutuar, esqueça o resto do mundo e dance.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


(Fotografia de Man Ray)

“Preocupar-nos mais com nossa consciência e ignorar a reputação, pois o que pensamos sobre nós mesmos é mais importante que o que os outros pensam”...

Isso parece algo fácil de ser praticado e vivido não é mesmo? Mas não é apesar de belas palavras das quais todos nós gostariamos de seguir.
Dificilmente deixaremos de pensar na opinião dos amigos, família, e tantas outras pessoas a nossa volta quando tomamos uma decisão que soará estranho nos olhos dos outros.
Se fosse fácil e natural, homossexuais não teriam receio em revelarem-se, as pessoas assumiriam suas idéias e segredos sem medo e vergonha, e tantos outros agiriam como são realmente sem medo de não ser aceitos e julgados diante dos olhos dessa sociedade hipócrita.
Raras são as figuras que conseguiram seguir esse modo de vida e são essas que admiro, apesar de ser covarde como você, seu irmão e nossos amigos que antes de pensar em si pensa no que o outro pensará sobre você.
Mas, tudo na vida é uma aprendizagem, alguém disse que a vida é uma escola, por tanto, Try... Como diria Janis Joplin...
Tentar... Tentar... Para sermos a mudança que queremos ver, nos preocupar mais conosco e depois com aqueles que nos julgam antes mesmo de saber quem somos...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Entre o real e o imaginário


(Jean Seberg, acima atriz americana)

Entendo agora o quanto o imaginário colabora na felicidade do ser humano e o quanto às vezes pode parecer e ser difícil dividir o real do imaginário dentro de nós.
Nos colocamos em uma situação, criamos uma história em nossa mente a partir do que vivemos no presente, criamos as possibilidades que queremos para nós incluindo o outro e esquecemos naquele instante uma coisa importante, o outro, a sua posição.
É necessário imaginar e vivenciar o real ao mesmo tempo, estar sempre entendendo que a realidade faz parte da nossa vida, mas que ela pode não ser o que pensamos dela. Pode não ser a idéia ruim que temos dela.
Temos a livre escolha de decidir pelo imaginário ou pelo real, mas saber dividir e viver ambos são algo muito mais interessante e humano de viver.
As idéias devem ser expostas, o mundo precisa conhecê-las e você precisa conhecer o que o mundo pensa sobre elas. São necessárias as palavras claras e reais, para ser entendido e para poder entender. O outro pode não ser a escolha ruim.

domingo, 6 de setembro de 2009

“Se uma pessoa perguntar durante meia hora "eu", essa pessoa se esquece quem é. Outras podem enlouquecer. É mais seguro não fazer jamais perguntas - porque nunca se atinge o âmago de uma resposta. E porque a resposta traz em si outra pergunta"

Clarice Lispector

                                       (Jean Seberg, atriz americana)

Atrevo-me a  fazer essa pergunta, desobedecendo o conselho da querida Clarice de não fazer perguntas sobre se mesmo.
Quem eu sou?
Tento me concentrar, encontrar uma primeira resposta, mas certas perguntas são difíceis de responder. Decerto encontrarei varias durante esse processo de conhecimento sobre mim mesma, ou ainda não encontrarei nenhuma, ou me perderei ou enlouquecerei, como disse a Clarice. Mas agora que tenho essa pergunta escrita em minha mente preciso ir até o fim (ou até onde agüentar) e descobrir algo sobre mim, descobrir quem sou eu.
Corro o risco de me decepcionar e descobrir coisas ruins que todo ser humano tem, mas dificilmente reconhece. Posso descobrir flores e espinhos, mas agora é necessário fazer essa viajem em mim mesma.
Será longa essa viajem, com paradas para descansar a mente e voltar ao trabalho de reflexão. Minha passagem é o silêncio e logo tenho comigo papel e lápis para não correr o risco de esquecer-se de nada que minha alma me revelar nesses dias de analise mental sobre mim mesma.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Conversa de mulheres...



Quem disse que nós mulheres gostamos daquele modelo de homem aparentemente perfeito? E eu não falo daquele típico galã de cinema de cabelos dourados, e olhos cor do céu. Esse padrão de beleza é passado.
Falo do padrão de hoje, corpinho perfeito do Malvino Salvador, belo rosto, face perfeita.
Não queremos um homem cheio até a tampa de gentilezas, mas isso não quer dizer que pedimos um rapaz mal educado. Não é isso, uns 45% de gentileza está bom.
Exigimos um pouco de cada coisa no homem, não a perfeição. Queremos um “Ser” com personalidade própria e não aquele que busca adaptar-se aos programas, músicas, ou qualquer outra coisa da qual gostamos, de maneira forçada.
Não queremos o narcisista que passa horas na academia para no fim do dia reparar no espelho cada ponto do corpo que está diferente, não queremos um He-Man.
Preferimos o Super-Man, com seu corpo bonito sim, mas com a sua doçura, sempre preocupado com a amada, que claro somos nós.
Além da doçura do Super-Man, pedimos um pouco da sensualidade e também do mistério do Jim Morrison. Que mulher não deseja um desses? Aquele jeito de malvado, sério, silêncio que nos faz imaginar o que se passa na cabeça daquele. Imprevisível e cheio de atitude.
Sem falar naqueles cabelos livres, seu olhar penetrante. Chega! O Jim já morreu infelizmente e não dá para ficar só imaginando um homem desses. Quem sabe um rapaz no seu perfil exista por ai.
Queremos o romance, mas também a realidade nada de contos de fadas porque esses não existem. Queremos a delicadeza mas também a “pegada”, afinal não conheço mulher nenhuma que goste de ser tocada como se fosse uma boneca de porcelana.
Queremos o compromisso, mas também a liberdade. Um relacionamento não pode ser e não é uma prisão. Temos o direito de ir e vir com ou sem vocês homens.
Por fim nós mulheres não queremos nada, apenas a felicidade, afinal quem não quer? E se você homem se enquadra nessas características, parabéns!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Tempo, seja meu amigo"

Uma das coisas que mais vem me preocupando é o tempo. Não sei aonde vai com tanta pressa. Dessa maneira o tempo me atrapalha, e invejo aqueles que conseguem acompanhá-lo.
Quero tempo. Tempo para ler muitas coisas, para organizar idéias, tempo para ouvir todos os bons sons, tempo para dá uma chance a TV, tempo para descansar. Tempo, eu suplico que me abrace!!!
Nossa, fecho os olhos para dormir e de repente já é dia. E ai está outra questão, o tempo além de ser muito ligeiro, ainda por incrível que pareça consegue ser lento.
Eu explico! Àquela hora em que estamos no trabalho ou mesmo naquela aula um tanto “parada”, o tempo consegue ser lento nos deixando frustrados.
Tempo!
Tempo!
Tempo! Dure mais eu te peço.
Por favor, acrescentem uma hora no dia, de 24 horas para 25. Façam algo, preciso de tempo!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

E agora faço Jornalismo ou mudo para o curso de Culinária?

Essa semana ao acordar ouvir as palavras do critico político do jornal do SBT, Neumâne Pinto, já no fim de sua critica do dia com a seguinte frase: “O congresso continua a dá más notícias”...
Ele estava certo, ainda não falava da má notícia que recebi hoje dia 17/06/09, no inicio da noite, porém sua frase se adéqua bem nessa situação.
Hoje os jornalistas brasileiros (aqueles que realmente dão valor ao que é o jornalismo) sofreram um grande golpe.
Foram oito votos contra apenas um que decidiram pelo fim da exigência do diploma do jornalista. Oito ministros entre eles Ayres Britto, jornalista, sergipano como nós (o que me dá vergonha nesse momento).
Mas, meus queridos além de ter derrubado o diploma de jornalismo, além desse golpe, o presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes, comparou em sessão a profissão de jornalista com a de um cozinheiro...
“Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até a saúde e à vida dos consumidores” (Gilmar Mendes)
Pois é, foram palavras de um ministro, mas e para ser ministro precisa ter diploma? Precisa de quer?
Nosso país é uma piada, enquanto recebemos essa notícia ruim de péssimo gosto, a TV Globo continua preocupada com a COPA 2010...
Voltando as palavras sem noção do nosso ministro, deixo claro que não estou desmerecendo a profissão de cozinheiro, uma profissão digna como qualquer outra. Não meus queridos, apenas não acredita que uma coisa tenha haver com a outra, afinal em seu curso o cozinheiro estuda alimentos ou sociologia, política tantas outras matérias importantes para uma notícia de qualidade?
Fica agora a pergunta...
E aqueles estudantes de jornalismo que como eu estou no inicio do curso, e ainda aqueles que passaram esses anos na universidade e está perto de sua formatura, o que serão deles?
O que será do jornalismo brasileiro daqui para frente? Essa é uma pergunta bem difícil, afinal da maneira que estamos indo não demora muito e voltaremos a ser amordaçados como nossos colegas na ditadura militar.

sábado, 13 de junho de 2009

Coisas simples...

Às vezes estamos tão preocupados com coisas tão insignificantes...
Quem está saindo com quem, as fofocas do vizinho, a roupa de fulano, os erros de cicrano, no entanto esquecemos de pequenas coisas belas que passam por nós e não damos atenção.
Outro dia peguei sozinha um ônibus, percebi um bebê nos braços da mãe, protegido desse mundo de maldades em que estamos vivendo, e seu sorriso era tão belo. Sua curiosidade colocando aqueles olhinhos tão pequenos naquelas pessoas bem mais velhas, cansadas, estressadas do dia de trabalho (ou estudo).
Aquela pequena criança admirada com os rostos mais velhos não imagina o quanto é difícil viver nesse mundo.
Não damos atenção às vezes a um simples sorriso e abraço de um amigo...
Ficamos tão preocupados com o julgamento dos outros que esquecemos às vezes de sermos nós mesmos.
Experimente entrar em um ônibus no seu dia -a –dia, esqueça os problemas, coloque um fone de ouvido e escute o Belle and Sebastian e então perceberá pequenas coisas. Além de lugares feios e ou bonitos por onde passa, existem coisas belas em sua simplicidade...
Mesmo que seja um pássaro livre no céu azul, um garoto de cinco anos fazendo aquelas perguntas para a mãe, ou ainda um casal de velhinhos que mesmo depois de anos juntos ainda mantém amor e respeito.
Experimente observar melhor o mundo e esquecer os erros dos outros.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

“Nunca me senti tão distante do mundo”




Outro dia liguei o computador para abrir a página do Orkut e confesso que no momento em que li uma informação que continha na página me veio a surpresa.
Na página principal o serviço Orkut do grupo Google, dizia a seguinte informação: “A equipe do Orkut é solidaria com todas as pessoas afetadas pelo acidente do vôo AF447”.
Já há até comunidade sobre o acidente ocorrido.
Então me indaguei. Mas, que vôo, que acidente? Só então naquele instante dei-me conta de que estou á dias (muitos dias) desligada do mundo.
Não ligo mais a TV meus queridos amigos. Aí vocês devem estar pensando...
“Mas na internet você pode estar atualizada dos fatos que acontecem no mundo inteiro”...
Ai estar, eu não andei preocupada com o mundo nos últimos dias. Aliás, há muito tempo que não ligo a TV, afinal o que tem de bom para ver naquela caixa de cores e imagens ultimamente?
Nada! Não há nada.
Não vou me dá ao trabalho de dá o meu precioso tempo a novela “Caminho das Índias” da rede Globo, e também não estou disposta a ver a luta do bem contra o mal em uma continuação dos “Caminhos do Coração” da rede Record. (É tanto caminho que até me perco nessa apelação, desculpa, comunicação de massa).
Mesmo detestando esse tipo de programação, enquanto estudante de comunicação social é o meu dever assistir no mínimo um pouco de tudo o que a mídia oferece.
Desde já deixo escrito aqui meus queridos que irei voltar a me atualizar sobre o que estar acontecendo no mundo em que habito.
Nunca me senti tão distante do mundo...

domingo, 31 de maio de 2009

I Capítulo


A Observadora

Chegava sempre ao local de trabalho com aquela bolsa pendurada no ombro esquerdo, aquela bolsa cheia de objetos grandes, pequenos, todos pessoais. No braço junto ao corpo trazia a pasta de relatórios revisados na noite passada.
Naquela segunda-feira seus cabelos estavam livres do prendedor, estavam bonitos, brilhavam de modo que suas colegas de trabalho não deixaram de notar com aquele olhar de inveja saudável ou não que todas as mulheres têm.
Em cima daquele salto banana desfilava em elegância até sua mesa no fim do corredor. Sempre que abria aquela porta de vidro e entrava em seu mini-escritório sentia-se em uma cabine, não uma cabine telefônica onde você entra e disca os números que quiserem e fala com quem quiser.
Ali estava uma cabine de responsabilidades, uma prisão remunerada, onde devia atender os telefonemas daqueles que eram simpáticos e também daqueles insuportáveis. Acreditem esses últimos sempre ligavam.
Tirou a bolsa de seu ombro e a pendurou no ombro de sua cadeira onde agora se sentava. Aqueles relatórios logo seriam despachados para a colega ao lado e depois para o outro.
Seu pé direito dançava impaciente, enquanto as mãos trabalhavam na mesa organizada e os olhos, esses não tiravam a atenção da prisão de vidro em frente a sua.
Então aquele homem de sapatos escuros, calça e camisa social, e com aqueles fios de cabelos castanhos que ainda molhados eram negros, alinhados, para compor a aparência de homem sério, responsável. Abriu a porta e logo estava dentro.
Nada fora da cabine era digna de sua atenção, estava atencioso apenas a aquele espaço de vidro.
Na mesa havia alguns papéis fora de ordem, sim parecia não preocupar-se tanto com a organização. Juntou todos aqueles papéis em uma pasta e livrou-se dela a jogando na gaveta.
A mesa parecia mais organizada agora. Um porta-retrato da família, mãe, pai, irmã. Um computador que mais parecia uma caixa cheia de informações virtuais, eletrônica.
Tudo aquilo era assistido pelos discretos olhos da cabine da frente. Ela percebia cada movimento do outro sério na cabine da frente.
A mão sem aliança que atendia ao telefone, os lábios que falava sem voz com alguém do outro lado da linha.
Naquela manhã o assunto no telefone devia estar muito irritante. Os traços do seu rosto mostravam a impaciência dele, o franzido da testa denunciava o questionamento ou talvez a discordância de algo.
Os óculos descansavam na mesa, enquanto tocava o cabelo alisando com as mãos do inicio da testa até a nuca com aqueles cotovelos apoiados na mesa. Logo tirava o estresse do rosto com as mãos.
Em momento de distração colocou grande os olhos além do vidro, a colega trabalhava em movimentos contínuos com os dedos no teclado do computador. Assim como o outro do lado, o outro, até o fim do corredor.
A observadora havia disfarçado quando percebeu que as mãos do colega estavam prestes a descobrir os olhos e avistá-la o espiando.
Os ponteiros do relógio indicavam que era meio-dia em ponto, exatamente aquele horário tão esperado pela maioria dos funcionários. Meio-dia, os dois ponteiros estavam ali unidos no relógio.
As portas das cabines abriam e fechavam uma seguida da outra, algumas ao mesmo tempo.
Tirou da cadeira o peso da bolsa e colocou em seu ombro um pouco exausto, pensava que precisava de uma massagem. Desligou o computador, estava deixando a cabine de responsabilidades.
Deu-se conta de que o homem de cabelos alinhados da cabine da frente ainda estava lá oferecendo sua atenção completa a caixa de informações virtuais, fazendo observações com a caneta em um papel em branco.
Fechou a porta, distraída com os olhos no colega não sentiu que ao fechar a cabine faria barulho, e esse foi inevitável.
Os olhos atentos deixaram o computador e fixou-se na colega, de maçãs rosadas, a vergonha pelo ruído que fez involuntariamente não podia ser disfarçado.
Um sorriso que dizia um: Olá! Ela correspondeu aquele sorriso de lábios contidos e deixou o escritório.
Dia seguinte, estava frio, as nuvens cinza deixara o dia mais escuro sem o colorido do dia anterior.
A observadora estava lá novamente em seu posto, olhava, lia, relia relatórios, protegida do frio debaixo daquele taiê preto.
Não deixou de perceber que o colega estava belo. Trajado de seriedade, com aquele casaco preto por cima. Os cabelos pareciam já secos, podiam-se ver os fios agora castanhos.
Seu programa favorito foi interrompido pelo telefone que tocava desesperado. Logo desligou, era algo para logo se resolver.

II Capítulo




A Observadora não sabia que era também observada.
Notara seus cabelos escuros presos naquela manhã, escondia o brilho dos fios negros, mas não lhe tirava a beleza que trazia na face de finos traços. Era capaz de fechar os olhos e ver os dela puxadinhos no canto, seus lábios naturalmente vermelhos e aquela pele levemente rosada pelo blush.
A observadora havia desligado o telefone, mesmo assim o colega da cabine da frente ainda prestava atenção em seus movimentos. Ela esticou as pernas, deixou a cadeira de trabalho e aproximou-se de umas gavetas de arquivos, tirou a pasta azul.
Abriu, passava folha dava atenção a uma outras não, ajeitava delicadamente com uma das mãos os fios de cabelos que caiam nos olhos os colocando detrás da orelha.
Parecia satisfeita, abandonou a pasta na mesa e deixou a sala, logo ele se colocou a procurar algo para fazer, ela decerto colocaria seus olhos na cabine onde estava e o pegaria observando. Desapareceu no corredor.
Como se sentisse os passos aproximarem-se colocou os olhos grandes além daquele vidro, saboreava um cafezinho quente naquela manhã fria.
Novamente sentada atrás daquela mesa pegou na pasta azul, pela sua expressão sem mal ou bom humor havia um trabalho um pouco chato a fazer.
Quando o homem sério atrás daqueles óculos de grau tirava os olhos dela, a outra o observava. Ele destacando decerto os longos e brilhosos cabelos da colega e ela guardando em sua memória a concentração daqueles óculos na cabine da frente.
“Finalmente aquele expediente havia acabado, esperei o dia inteiro por isto”...
Como todos os dias abriam e fechavam as portas, ouvia-se o, até logo, de sempre e correspondiam-se os sorrisos de despedida.
Nem acredito que esse dia acabou meus pés doem dentro desse sapato 38, e minhas pernas, essas pedem que eu circule.
Eles estão saindo, as portas abrem e fecham ao mesmo tempo e depois de um expediente inteiro observando um ao outro trocam apenas uma palavra: Tchau! Ora isso chega a me causar revolta.
E lá se foram mais uma vez o homem sério para o lado direito da Rua Olavo Bilac, onde está localizado esse escritório. A outra seguia para o lado esquerdo, sempre pegava um taxi na esquina.
Fiquei por último, nunca vi esse escritório tão vazio. Não posso ver as cabeças concentradas nas cabines ao lado e nem na frente. Ninguém nos telefones, computadores desligados.
Não posso ir para casa sabendo o que irá acontecer amanhã, novamente meus colegas irão passar por desencontros de olhares, ficaram disfarçando seus interesses. Não, não vai dá para ver as mesmas coisas acontecerem amanhã.
Ainda tenho dez minutos antes que fechem o escritório, é o tempo suficiente para meu plano. Um bilhete!
Um não, dois bilhetes, um para cada e assinado por ambos. Mas o que aquele homem sério escreveria para ela? Mas claro, combino um encontro o mesmo bilhete para os dois com assinaturas diferentes.
“Adoraria dividir com você a mesa daquele café do outro lado da rua no horário de almoço”...
Isso precisa dá certo, pronto, bilhetes prontos, e dobrados, tenho dois minutos antes de fecharem o escritório para deixar os bilhetes na mesa de cada um.
Quando ele chega nessa cabine de vidro sempre olha para a foto da família, o que tem nos olhos de grau é saudade dos entes queridos, soube que todos estão morando em outro estado.
Deixo o bilhete aqui bem embaixo dessa foto.
Agora o recado para a moça da cabine da frente e minha missão acaba. Bilhete entregue a mesa e me despeço do trabalho por hoje.

III Capítulo

Vi aqueles quatro passos chegando ao mesmo tempo no escritório, pensei “se fosse planejado não seria tão perfeito”. Li nos lábios de ambos seguidos em sorrisos contidos um “bom dia”.
Não pisquei as pálpebras, a ansiedade pelo resultado daquele meu plano era muita. Os óculos de grau encontraram o papel bilhete em baixo do porta-retrato, sentir a necessidade de saber se a outra havia encontrado o dela, foi certamente a primeira coisa que ela viu.
Finalmente vi aqueles olhares se encontrarem e atravessarem um sorriso contente ,era uma mensagem de boa resposta. Havia dado certo.
Os ponteiros do relógio pareciam estar contra meu plano de unir aqueles dois. Ambos olhavam de vez em quando ou o relógio de pulso ou o relógio de mesa.
***

E saíram juntos do escritório, as mãos estavam livres queriam unir-se uma a outra, mas pensaram que era cedo. O café era logo ali do outro lado da Rua Olavo Bilac.
Tinha cavalheirismo, puxou a cadeira para que ela sentasse, e a outra não escondia o sorriso satisfeito daquela ação. Pediram algo ao garçom que logo serviu, a conversa começaria.
O que dizer afinal? Certamente pensaram, mas não havia o que dizer ora, passavam todo o dia olhando um para o outro em “segredo”, sendo discretos para que o outro não percebesse.
Devia apreciar o almoço, a companhia um do outro. Então o homem sem os óculos de grau falou sua primeira palavra.
... Fiquei surpreso ao receber o seu bilhete não pensei que...
Surpresa estava a observadora, afinal ela sabia que não havia mandado bilhete algum para o colega. Sorriu, e negando balançando a cabeça disse-lhe:
...Mas eu não mandei nenhum bilhete, você quem me mandou...
...Como assim eu recebi...
Os papéis tirados de seus bolsos eram os mesmos que eu havia assinado como se fosse eles e deixado em suas cabines.
Trocaram os bilhetes precisavam conferir suas letras e assinaturas, então o meu plano foi descoberto. A caligrafia era igual as assinaturas diferentes, a palavras iguais.
...Fizeram os bilhetes e colocaram em nossas mesas, me desculpe não sei onde coloco minha cara...
...Fomos vitimas...
Sorriram, os olhos dela não conseguiam alcançar os dele por vergonha, o homem já não era mais sério, aquele ar de responsabilidade todo o tempo havia sido deixado na cabine antes de sair do escritório.
...Quem pode ter feito?
...Não sei, mas sabe que parece que quem escreveu sabia o que estava fazendo!
...Do que estar falando?
...Não saberia te convidar para sair e alguém leu meus pensamentos e o fez!
Então estava feito. As palavras do colega fizeram nascer um sorriso de esperança na observadora, nem pensou mais em quem poderia ter mandado os bilhetes.
As mãos do colega alcançaram as delas do outro lado da mesa, as unhas, os dedos finos, podia sentir finalmente que a observadora era mesmo mais do que aquela imagem que sempre, todas as manhãs percebia além daquele vidro.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Apenas uma menina...


... O que falar e como falar sobre nós mesmos? Não parece uma missão nada fácil.
Pois bem começo aqui nessas linhas a difícil missão de falar de mim mesma. Por que interessaria a você saber sobre mim? Não sei, mas sinto a necessidade nesse momento de escrever nessas linhas um pouco sobre mim que sou apenas uma menina crescendo a cada nascer do sol.
Quero mostrar o meu lado A e desde já deixo dito que não esconderei o meu lado B, esse que muitos insistem em esconder, esses que muitas das vezes mostra quem realmente são.
Sinto como se a todo tempo olhos curiosos me perseguissem, procurando coisas em mim, penetrando fundo em minha mente procurando meus segredos, procurando meus defeitos e cochichando sobre eles. Falo da timidez que insiste em não me abandonar.
Idas e vindas todos os dias pelos mesmos lugares, pego sempre a mesma jaula ambulante para ir e voltar da faculdade, e sempre a mesma e velha companhia a minha timidez nem amiga nem inimiga, de mãos dadas comigo.
Coisas do coração? Ela sempre colocara obstáculos nas coisas do coração, mas não significa que nunca fui feliz nessa questão, afinal uma “mulher sem amor é como rosa sem sol”...
Na verdade queria ser como as personagens que crio quando escrevo. Elas sim têm a atitude que me falta para realizar o que tem vontade sem medo de saber o que a vida vai lhe dá como resposta.
Balanço de um lado a outro dentro do ônibus, mas o que parecem se misturar é meus pensamentos na minha cabeça pensante, como frutas batidas no liquidificador, depois sempre antes de dormi ou nas madrugadas em que perco o sono, anoto tudo nas linhas do meu amigo.
Tudo bem, esse meu lado tímido e também silencioso às vezes não quer dizer que sou uma bonequinha de porcelana guardada na prateleira da menina romântica. Não.
Também tenho em mim o que posso chamar de animais perigosos. Sou fera quando desorganizam minhas coisas, sou bicho do mato em dias de tédio, e sou uma gata quando quero, ou seja, na maioria das vezes.
É bem, como disse que falaria do meu lado B, devo dizer que sou indecisa, às vezes, sempre, não sei dizer. Mas eu e minhas indecisões acabamos confundindo até a mim mesma, se quero azul ou verde, chuva ou sol...
Vai saber o que se passa na minha cabeça, fabrica de idéias um pouco loucas, mas também com juízo. Sim juízo, isso a vida me deu.
Sonhadora que só eu, não imagino castelos e príncipes encantados, imagino um lindo campo, um céu pintado de azul, o sol dourado, corações batendo, um abraço bem apertado.

Desconfiada. Aí ta uma coisa que não consigo negar que o sou.
Não preciso falar muito sobre isso, todos entendem, afinal quem gosta de ser enganado? Acredito que ninguém.
“E não fale assim comigo, sou sensível mesmo”... Sensível as palavras, quando ditas de maneira errada, na hora errada e em tom alto demais para serem carinhosas.

Podem ser que digam que é apenas TPM, ou que ando mesmo muito chata. O fato é que o mundo é que anda muito chato, sem muitas novidades que me interessem e sem dias muito bonitos...
Aquela fase de uma felicidade sem motivos que veio me acariciar o rosto há algumas semanas atrás passou. O que tenho agora são tardes de tédio, de coisas monótonas.
As pessoas só falam nas mesmas coisas, as roupas que visto são as mesmas, as ruas são as mesmas, os caminhos são exatamente os mesmos...
Enquanto desejo silêncio todos falam ao mesmo tempo. E é exatamente aqui onde quero chegar, silêncio. Nos últimos dias tenho apenas desejado isso, silêncio, um lugar sem vozes agoniadas em dizer tudo ao mesmo tempo com receio de esquecer-se de falar qualquer palavra...
Minha vontade é de fugir de tudo e todos, essa é a verdade, fugir de tudo, de casa, da faculdade, das mesmas ruas que passo todos os dias, fugir desse mundo...
Mas sei muito bem que fugir do mundo não dá queridos, então que eu pudesse ir para o lugar mais tranqüilo dessa cidade, perto do verde, no meio da semana, com um colo para poder deitar minha cabeça e receber um carinho nos cabelos. E que esse amigo pudesse respeitar o meu silêncio também em silêncio...
Só isso que desejo nesses últimos dias que não sei o que há comigo.
Agora sim entendo bem uma frase que em algum lugar, em um dia qualquer li que dizia mais ou menos assim, “Quero fugir, mas preciso de alguém de confiança”. Queria sentar e ver o sol adormecer em silêncio, só queria paz.
Quero também poder apenas ficar só, sem que me perguntem o porquê, não quero responder perguntas quero apenas ficar só às vezes. Isso basta.
Que o sol nasça e morra rápido e os dias passem e assim o vento leva esse meu sei lá o quer, de tédio.