sábado, 22 de janeiro de 2011

Godard, eu não desisto!- Parte II: La Chinoise



Em La chinoise” (1967) com Jean-Pierre Léaud, Godard trata da revolução de estudantes antes mesmo do acontecimento de maio de 68. Um grupo de estudantes reunidos em um apartamento em Paris discute o Maoísmo, marxismo-lenismo, e planejam uma revolução.

O diretor avisa ao espectador que se trata de uma ficção, quando escrito no início do filme em fundo preto, que se trata de um filme em construção. Confirmamos isso ao ver a câmera surgir na tela em uma das cenas e mais tarde claquetes e ainda o operador de som.

Trilha sonora? “La chinoise (Mao Mao)” de Claude Channes.

O personagem de Jean-Pierre Léaud representa o representado em uma cena durante o filme, ele diz: sim, sou um ator... Vou te mostrar algo, uma idéia do que é o teatro. Ele tem uma atadura enrolada em todo o rosto enquanto relata o protesto de estudantes chineses em Moscow, Stalin. A imprensa está presente no protesto e um estudante aparece com o rosto coberto por curativo, gritando: “Olha o que os revisionistas podres fizeram”.

Então quando o estudante começa a retirar os curativos do rosto, os repórteres esperam cortes e machucados horríveis e, no entanto tem a surpresa de ver o rosto do jovem sem ferimentos, “esse chinês é uma farsa”.

Sou fã do vermelho em seus filmes, aqui essa cor é mais que explorada pelo diretor, afinal estamos falando da revolução cultural chinesa de Mao Tsé-Tung, e são com os livros vermelhos que são construídas trincheiras dentro do apartamento, e ainda podemos ver durante o filme diversos deles na estante e nas mãos dos personagens.

Rádio que se transforma facilmente em metralhadora, assim como uma câmera filmadora na mão de uma das personagens que finge atirar no Léaud. Em determinado momento do filme o personagem do Jean-Pierre Léaud fala sobre alguns países e para representar cada um deles usa alguns óculos. O primeiro é um de armação branca com a bandeira dos EUA estampada na lente, e além desse ainda vemos outros, com as cores mais exploradas por Godard, azul, vermelho, amarelo.

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