terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Euquatro olhos

Eu, quatro olhos. Confesso que em algum momento de minha infância (escrevo isso como se já passasse dos 40 anos, nossa) eu me peguei desejando usar óculos, tudo porque colegas de escola usavam e depois meus primos. Enfim, bobagenzinha de criança.

Há alguns meses voltava da universidade e esperava ansiosa pelo ônibus que só para pirraçar com minha enorme vontade de jantar, não chegava de jeito nenhum. De repente, quando esqueci por um momento a minha espera, surgiu grande e velha a jaula ambulante.

Sabia que era uma das várias carroças em forma de ônibus, mas não tive a certeza de que era a minha jaula. O letreiro eletrônico embaçava e só pude ficar certa de que finalmente partiria quando grande e repleta de gente louca para sair, ela estacionou-se diante de mim.

Estou com problemas para enxergar de longe. Pensei. Desde aquele dia tenho um leve medinho de pegar ônibus errado.

Com o passar dos dias sentir que minha cabeça martelava todo o fim de tarde e as imagens que surgiam diante de meus olhos pareciam telas impressionistas, tudo embaçado.

Eu, quatro olhos. Devo me conformar com essa idéia, difícil, difícil. Eu, quatro olhos e de aparelho, Mon Dieu!

Me rendo, pois, antes usar óculos de vez em quando a adiar e mais tarde de tão prejudicados meus grandes olhos de mangá não poder ler nenhuma linha de um livro.

Providenciar consulta ao oftalmologista! Anotado.

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