sexta-feira, 10 de junho de 2011

Uma paixão, uma arma e la putana



Parte III



Henrique havia bebido três doses de tequila, andava feito louco pelo salão do clube com cara de poucos amigos procurando Maria e o parceiro de dança. Nada encontrou. Deixou o clube com asas nos pés, seus lábios não sabiam sorrir e dispensou os cumprimentos aos amigos.

Combinou velocidade e raiva, caçando a namorada em várias partes da pequena cidade alagoana. A praça na frente da Igreja matriz estava deserta, os coretos solitários, e gatos que vagavam na noite sem mesmo sentir frio. Henrique tinha olhos atentos e o sangue fervia de raiva dentro de suas veias. Passou pela lanchonete que já estava fechada. Descansaria apenas quando a encontrasse com seu parceiro desconhecido.

***
Maria levou seus amigos para sua casa, a varanda estava iluminada e sua família já descansava. Estavam entre risos e mãos dadas, Lúcia e Bruno havia passado das indiretas e jogo de olhares para os beijos e Maria junto com Marcos conversavam aos risos.

Ouviram pneus cantando na frente da casa, logo deixaram as cadeiras quando avistaram Henrique surgindo feito um vingador de dentro do carro. Marcos apressou-se em descer as escadas , mas Maria o segurou pelo braço e colocou-se na frente dele. Bruno estava surpreso com a chegada do amigo, quis cumprimenta-lo, mas Henrique logo gritou com ele: - Nem fale comigo seu traira, por que deu carona para esse cara ai e a Maria? Você é idiota?

-          Cala a boca Henrique e fala baixo na frente de minha casa... Maria estava furiosa.
-          Vai embora agora seu sacana... Henrique continuou a gritar, dessa vez com Marcos que tirou Maria de sua frente e desceu as escadas correndo, havia raiva em seus olhos e descontaria no outro. Maria o seguiu. – Não Marcos. Vai embora você Henrique...
-          Ele vai... Henrique sacou das calças uma arma e apontou para Marcos a poucos metros dele. Apenas o portão e o muro baixo os separavam. Lúcia assustada perdeu a voz. Bruno desceu as escadas para junto de Maria que passou para frente de Marcos como um escudo.
-          Abaixe isso agora e vai embora daqui, seu sacana, eu não quero mais olhar na tua cara e é com ele que eu vou ficar, você está me ouvindo...
-          Maria...
-          Vai.. vai agora... Maria gritou sem mesmo se importar com a família que dormia dentro de casa. Henrique abaixou a arma olhando nos olhos dela que cresciam no rosto, numa expressão séria e furiosa. Ele voltou para o carro e antes de dar partida gritou colocando para fora toda a sua fúria. Partiu.

Lúcia do alto da escada respirou aliviada e sua voz então voltou, foi ter com os amigos. Maria despediu-se silenciosamente, a raiva havia deixado ela sem forças e logo entrou em casa. Seus amigos foram pouco depois.

2 comentários: