quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Criança, a alma do negócio"


Essa semana, por conta do dia das crianças eu tive acesso a um documentário interessantíssimo da cineasta Estela Renner, “Criança, a alma do negócio”. Estela em seu doc. faz uma reflexão sobre a publicidade direcionada ao público infantil brasileiro.

Apesar de não ser mãe ainda e por desejar ser um dia, esse assunto me chamou bastante atenção e me fez pensar um pouco em como a publicidade vem sendo cruel no momento em que usa das crianças para lucrar com seus produtos.

Estamos vivendo um tempo em que os pais trabalham muito na intenção de dar o melhor a seus filhos, em educação, saúde, lazer, etc. e acabam deixando o papel de criar para a babá. Enquanto eles batalham, suas crianças passam a maior parte do tempo na companhia daquela que desde cedo é transformada em sua “amiga”, a TV. É com a TV que essas crianças passam a maior parte de seu dia e tem sido ela que vem “educando” esses pequenos.

O que preocupa é essa “educação” que a mídia vem dando aos seus filhos e aos meus primos e que pode vir a dar a minha afilhada daqui á pouco. Afinal, que tipo de educação é essa que ensina a criança a ser consumista, que incentiva a competição entre elas ao invés de ajudar no desenvolvimento do senso critico deles que são o futuro desse país? Desconstruindo a verdadeira infância, correr, brincar, como fizemos um dia, como os nossos pais também fizeram.

O que me faz pensar em como os brinquedos mudaram, pois me lembro de minha mãe contar que em sua infância fazia bonecas até com pequenos sabugos de milho para brincar, meus tios jogavam pião e bola na rua. Hoje os brinquedos são outros, a informática é pesada, games com internet fazem sucesso entre os meninos, enquanto as meninas vêem suas bonecas não mais como filhas, mas como projeções, como modelos a serem seguidos, desejam ser “princesa”. Deseja passar tardes em salões de beleza, usar maquiagens, e o resultado de tudo isso é a erotização infantil.

A mídia que sempre ditou suas regras, modo de comportamento em nossa sociedade, não tem perdoado nem as inocentes crianças. Ensina a elas a regra “ter para ser aceito” desde cedo. Se para nós adultos o está relacionado a determinado grupo social, o ser aceito por determinado grupo é importante, imagina para uma criança de sete, oito anos, o que é isso? E ainda, além de “ter” é ensinado que é necessário “ter mais”, não para brincar e sim para o ser melhor, o prazer de ter o que o outro não tem.

Se você é ou não pai ou mãe, indico esse documentário. Se alguns publicitários e donos de empresas para as quais esses profissionais trabalham, estão mais preocupados com o aumento de seu lucro e pouco se importam com a educação passada para as crianças deste país, então é preciso que façamos alguma coisa.

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