quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Eupersonagem do Eric Rohmer

Ainda não assistir muitos dos filmes do Rohmer, apenas dois, porém esses dois me fizeram sentir a estranha sensação de crê que sou uma personagem do cineasta nouvelle vagueano. Eu sei, pode parecer estranho, mas não é. Afinal estamos falando de cinema cotidiano, estamos falando de Eric Rohmer.

Essa semana assisti “Pauline a la plage” (1983). Pauline uma adolescente e sua prima já adulta vão juntas passar uns dias na praia, enquanto ela se envolve com um rapaz de sua idade, sua prima que se julga experiente nos assuntos do amor está envolvida com um rapaz que a engana. Eric Rohmer coloca duas mulheres em idades diferentes vivendo seus amores e dessa maneira nos deixa claro que independente de idade o ser possui um pouco de imaturidade no que diz respeito ao amor.


Me sinto completamente Delphine em “Le rayon vert” (1986) , o primeiro que assistir do cineasta quando comecei a entrar em contato com as obras do movimento francês Nouvelle Vague, é também um dos meus filmes favoritos. 

Delphine é uma secretária que mora em Paris. Duas semanas antes de tirar férias sua colega de viagem desiste de ir para Grécia, sem saber o que fazer das férias ela aceita alguns convites de amigos para viajar, mas sempre acaba voltando a Paris sentindo-se incompreendida, solitária. A última tentativa da personagem é a praia, lá ouve uma história sobre a lenda do raio verde, que é visto no último segundo do pôr-do-sol no mar. Segundo a lenda do livro do escritor Júlio Verne quem ver o raio verde tem seus pensamentos mais íntimos e os das pessoas a sua volta revelados. Decidida a voltar novamente a Paris, Delphine conhece um rapaz na estação de trem e resolve tentar aproveitar o que lhe resta das férias, mas antes deseja ver o raio verde.

As conversas entre os personagens nesse filme, na mesa enquanto fazem a refeição em uma das viagens, por exemplo, não há nada mais cotidiano que cenas como essa, tão simples e próximo de nós, do real.

O cineasta abusa dos diálogos, deixando as ações em segundo plano, prefere a discussão sobre as suas dúvidas, problemas, a vida. É um cinema de paciência, de contemplação, que vai fundo na alma, no ser.

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